História

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Conhece este instrumento

Viola de arco ou violeta

A viola de arco, também chamada violeta, é um instrumento muito semelhante ao violino, dele se distinguindo pela dimensão um pouco maior e pela afinação. Também afinada por quintas, estende-se, porém, uma quinta abaixo da afinação do violino (i.e., até Dó).

Devido à tessitura intermédia entre o violino e o violoncelo, praticamente toda a música para viola é escrita na clave de Dó na terceira linha, usando-se a clave de Sol para passagens muito agudas. A sonoridade da viola é mais nasal e velada do que a do violino ou do violoncelo, devido às diferenças nas proporções das respectivas caixas.

História

A forma e a própria designação do instrumento variaram até aos tempos modernos. As violas mais antigas que se conhecem foram construídas por Andrea Amati e Gasparo da Salò, e existem também violas de Guarneri, mais próximas das violas actuais. Até muito mais tarde, em meados do séc. XIX, construtores tão importantes como Jean-Baptiste Vuillaume continuaram a procurar aperfeiçoar os seus instrumentos com novas ideias de sonoridade, mas a viola que hoje conhecemos continua a ser o modelo desenvolvido em Itália no final do séc. XVII e no início do séc. XVIII.

Repertório

O papel da viola na orquestra só começou a ser importante na primeira metade do séc. XVIII, em obras como as de Bach e Handel. Antes disso, muitas vezes dobrava os instrumentos mais graves uma oitava acima e podia nem ter uma parte escrita propositadamente. A partir da década de 1770, a popularidade do quarteto de cordas torna a viola um instrumento indispensável da música de câmara, e vários compositores começam a escrever também obras solísticas novas. Naquela altura, contudo, era muito frequente os violinistas serem também violetistas, pois a viola não tinha ainda uma existência completamente independente.

No Romantismo, quer com o desenvolvimento das potencialidades tímbricas da música orquestral, quer com a exploração de rumos novos na música de câmara, a viola ganha uma nova autonomia enquanto instrumento solista, e mais ainda no séc. XX, por via do surgimento de virtuosos como Lionel Tertis ou William Primrose, compositores como William Walton, Béla Bártok ou Paul Hindemith (este último também violetista) enriquecem muitíssimo o repertório para viola solo, inclusivamente o repertório concertístico.

Luís Henrique, Instrumentos Musicais, Lisboa, Ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 2004, pp. 111-114 (adaptado)

Sobre a viola